Os três melhores de 2023
Em blogs antigos, eu sempre gostei de fazer listas de melhores do ano. Aos poucos fui abandonando isso. Porém, ontem me deu vontade de fazer três indicações de coisas que amei em 2023. O ano ainda não acabou, pode ser que eu encontre algo mais mágico, mas vamos lá.
Lygia Fagundes Telles sempre foi uma autora conhecida por mim. Na escola lembro de ler muitos contos, trechos e estudá-la. Eu tinha tentado ler As Meninas uma vez, e não tinha rolado. Ano passado li As horas nuas e fui me apaixonando por ela. Aí nesse ano lemos Ciranda de Pedra para um Leia Mulheres especial e nossa, bateu.
Eu não vou fazer resenha aqui, não quero mais fazer resenhas de nada, só dizer que eu amo esse livro com todas as minhas forças. Lembro que quando finalizei a leitura eu tirei uma foto dele, com meu gato que estava no meu colo e postei no finado twitter com uma legenda tipo "Nossa, acho que estou diante do melhor livro da literatura brasileira". Disse que devia ser empolgação do momento, mas que era como eu me sentia. Vocês imaginam a treta, né? Gente me xingando, gente problematizando.
Esse livro, além de ter sido a melhor leitura do ano, me fez perceber que já tinha passado da hora de sair do twitter.
Conheci Lingua Ignota, projeto anterior da Kristin Hayter, e fiquei bem maravilhada com aquela mistura de música clássica, com noise, com violência e imagens religiosas. Virei fã e passei a acompanhar cada passo dela. Basicamente, nesse projeto ela usou a religião como uma metáfora para abusos vividos.
Agora ela está melhor e decidiu abandonar o projeto, seguir com seu próprio nome e mudar um pouco a direção das coisas. Até o presente eu sou ateia e fascinada com religiões. Amo as letras dela, amo as versões dela para hinos religiosos e amo como ele parece um disco encontrado em algum porão esquecido no tempo.
Assisti esse filme em abril e escrevi lá no 365 que ele era o melhor do ano. E é. Vi muita coisa boa esse ano, de Missão Impossível e John Wick, a filme de arte e abstrato. Meu coração tá quase sempre aberto pro cinema em geral, mas pouca coisa além do terror da América Latina realmente me surpreende.
Assim como na literatura, as mulheres latinas estão fazendo o melhor cinema esquisito possível. Bom, vale citar que a diretora desse aqui, Michelle Garza Cervera, é amiga da Mariana Enriquez. Imagina a Michelle adaptando um conto da Mariana...
Fui procurar a foto das duas juntas e achei isso aqui. Que venha então!
Enfim, post rapidinho e básico com três coisas que eu amei em 2023 e que devem me acompanhar sempre.