What an excellent day for an exorcism


Semana passada acordei cedo por causa do calor. Meus gatos estavam inquietos e foi impossível voltar a dormir. Ainda mais que comecei a pensar na minha vida financeira, em como as contas não iam fechar naquele mês. Comecei a pensar em mil formas de ganhar dinheiro e me veio a mais básica: vender meus livros. Eu tenho muito, mas muito livro. Tive épocas de comprar muito, sempre vasculhei sebos, as pessoas me dão livros de presentes e eu ganhava vários quando era bookinfluencer (risos). 

Além de conseguir a grana que eu precisava, abri um espaço considerável nas estantes. Eu sempre gostei muito de ter vários livros, mas isso começou a mudar quando saí da casa dos meus pais. Deixei 90% deles porque sem condições de levar tudo aquilo para uma casa em que moro de aluguel e posso ter que sair a qualquer momento. Aqui em casa deixo Anne Rice, Stephen King, Shirley Jackson e as minhas latinas esquisitas. Alguns outros que eu digo para mim mesma que vou ler em breve, mas logo levo de volta para a casa dos meus pais. Ah, eu gosto demais do Kindle. 

Não tenho comprado livros e a minha wishlist diminuiu consideravelmente. Estou ficando velha e sem a necessidade de possuir tantas coisas. Porém, ainda compro DVDs, em promoções e sebos. Em agosto gastei demais porque estava desanimada. Comprei um negócio para fazer exercícios físicos, comprei um catálogo de mostra da Pinacoteca, saí e bebi. Em setembro tive que contar moedas e passei muitos dias em casa. Assisti toda a franquia de O massacre da serra elétrica (divertidíssimo) e passei um sábado aqui sozinha vendo filmes ruins. 


Ontem gravei um podcast sobre O Exorcista. Quase duas horas de conversa e um monte de pensamentos sobre esse filme. Eu o revi nessa semana e devo dizer que ele continua maravilhoso. Não é um filme de sustos, mas sim de incômodos. Incômodo de ver uma criança naquela situação, a culpa cristã, a confusão da fé. Agora cismei que quero rever todos os outros para ir ao cinema assistir esse novo, que eu acho que deve ser uma merda. Mas já vi tanto lixo no cinema, né? 

Quando terminei de gravar me deu uma saudade de ter um podcast de terror, de falar sobre o tema, mas passou rapidinho. O nosso blog termina agora em outubro. Estou num misto de tristeza com alívio e orgulho. Fiz amizades por causa dele, fortaleci outras, revi filmes que amei quando era jovem, conheci outras tantas coisas novas. 

Aì lembrei que eu tinha esse blog aqui, sem atualizações há tempos. Eu acho que ficava esperando baixar uma inspiração, uma conexão de coisas e escrever um texto, como foi o caso desse. Decidi que ia escrever sobre o clássico filme com a Linda Blair, mas eu já tinha falado tanto sobre. Iria apenas me repetir aqui? 

Estou ouvindo Cat Power de forma obsessiva, e apaixonada pelo novo projeto da Kristin Hayter. Há tempos que não escrevo sobre música, poderia usar esses temas para escrever. Também estou lendo um livro sobre cientologia e completamente obcecada com a bizarrice dessa seita. Penso muito em como é possível que as pessoas caiam nessa pataquada, mas aí lembro que moro no Brasil e que tivemos quatro anos de Bolsonaro. O ser humano é uma loucura. 


A Kristin se inspira muito em músicas cristãs clássicas para escrever as delas. Fico ouvindo aqui uma playlist com elas e meu cérebro dá um nó com aquelas letras bizarras, tipo essa. A religião sempre me assusta. Aí lendo sobre a cientologia junto, parece que meu cérebro vai entrar em combustão a qualquer momento. 

Tenho lido livros "ruins", coisa pop que eu sei que não é bem escrita, mas que me diverte. Li uma autora brasileira conceituadíssima e achei o livro um horror (no péssimo sentido). Quero muito reclamar dele, mas para que criticar abertamente uma mulher? Mas aquele livro é péssimo e problemático, precisamos falar sobre isso. Não, eu não preciso falar de nada. Me sinto bem livre de não ter nenhum projeto grande, de não ter que responder por outras mulheres enquanto um coletivo. Enfim, reclamei nos close friends. 

E tudo isso para dizer que eu lembrei que blog é para isso, escrever qualquer besteira que se passe na minha cabeça. Para esse eu não pago domínio, não tenho periodicidade, nenhuma obrigação e fechei os comentários. Vou só escrever porque é algo que eu faço na internet desde os tempos de fotolog, e se alguém quiser me ler, eu vou ficar muito feliz. Sempre bom compartilhar as coisas que a gente gosta. 

PS: Parece que o Tom Cruise saiu da cientologia. Posso amá-lo sem peso no coração. 

Postagens mais visitadas